Tuesday, May 5, 2020
Covid-19 e a perspectiva de transformação
Sunday, December 2, 2018
Sobre o governo de 2019
O cenário mais esdrúxulo se realiza e os Bolseiros assumem controle do condado. Ok, é injusto o trocadilho com a linhagem de Bilbo, pois apesar de pequenos e menosprezados, eram bondosos, generosos e heróicos, enquanto que aquele que, infelizmente, não habita reinos fictícios cumpre o clichê caricatural. Sempre foi pequeno e desvalido por natureza, mas os arquitetos do destino, possivelmente encabeçados por Loki, decidiram que o ser mesquinho, ressentido e colérico teria a chance de acessar o poder institucional da presidência da dita república tupiniquim.
Findo o desabafo, resta registrar previsão, após breve preâmbulo. Desde o pico de produção e emprego de 2014, a economia nacional tem enfrentado anos de recessão e crescimento pífio. Com a base ainda abaixo do pico, é natural que o país experimente crescimento nos próximos anos, ainda que inercial. Além disso, as propostas do bolseiro Guedes de enfraquecer a proteção dos trabalhadores e obliterar a seguridade social acarretará estímulo de curto prazo. Assim, é possível que o primeiro mandato seja marcado por emprego crescente, com crescimento menos acentuado da massa salarial, e - por conseguinte -, melhora da expectativa de crescimento.
Entretanto, não se trata de inovação tecnológica ou adoção de novas tecnologias. Ainda, não se trata do fortalecimento do mercado consumidor, aliás, é o contrário, trata-se da precarização do consumo.
Infelizmente, a nova revoada do frango nacional pode ser o suficiente para reeleger o líder Bolseiro. Todavia, seu segundo mandato não será tão alvissareiro. Pois, ficará claro que o Brasil não despontou em setor algum em que a excelência tecnologica é fator preponderante, o que fez com que o país continuasse na categoria de tiro curto (trocadilho não intencional?).
Especificamente, ficará claro que o pais perdeu a chance de ser protagonista em setores como inteligência artificial e energia sustentável, por apostar em receituário de um anacrônico consenso que deixou de ser consensual por falhar reiteradamente.
Parece o Brasil de sempre. Sinceramente, desejo estar errado, mas não acho que estou.
Thursday, November 16, 2017
'Supply-Side Economics' em uma cena
1. Tax-overhaul backers say corporate rate cut will encourage investment by businesses— Tim Hanrahan (@TimJHanrahan) 14 de novembro de 2017
2. During #wsjceocouncil interview with Gary Cohn, WSJ asks CEOs to raise hands if they'll boost investment if rates cut
3. Few CEOS raise hands
4. Cohn asks: "Why aren't the other hands up?" pic.twitter.com/5PI60NlW0A
Pergunte-se o seguinte, por que alguém investiria em aumentar a capacidade instalada se não vislumbra uma demanda que absorva a produção adicional? Se a venda não ocorrer, não há receita, não há lucro. De que adiantaria uma redução de imposto sobre um lucro inexistente?
Dificilmente concordo com George Bush, mas - neste caso - diria: Voodoo economics indeed!
Friday, September 29, 2017
Concessões de Aeroportos no Brasil: "A lógica atual do setor aeroportuário brasileiro"
Fora isso, acho que os frutos da atuação do BNDES contribuíram para excluir das manchetes termos como 'crise do setor aéreo' e 'apagão aéreo'.
Saturday, September 2, 2017
O porquê de aprender a programar?
Você pode dizer "ei mas sou um artista muito criativo, não posso ser substituído por um algoritmo". Será? Neste momento, estou ouvindo uma música composta por uma inteligência artificial (IA) chamada “Aiva” (Artificial Intelligence Virtual Artist). E as artes plásticas também não parecem estar imunes à automação. Com base no acervo de Rembrandt e por meio de uma impressora 3D, uma IA criou a seguinte pintura.
Claro, você já deve ter ouvido falar sobre carros autônomos da Google e sobre os robôs que organizam os armazéns da Amazon. Entretanto, por incrível que pareça, os trabalhos braçais podem ser os mais resilientes à automação, pois há o aspecto econômico. Em geral, tais tarefas são as que recebem as menores remunerações. Assim, talvez não seja economicamente viável investir em um robô que realiza o trabalho de um encanador, por exemplo, que possui rendimento modesto e alguma complexidade de identificação de problema e execução de solução. Entretanto, é provável que grande parte dessas atividades também seja automatizada.
Ainda, não menos importante, são as atividades que podem ser traduzidas em processamento de dados. O JP Morgan começou a utilizar um programa chamado Contract Intelligence (COIN), para interpretar contratos de financiamentos comerciais, algo que tomava 360.000 horas anuais do tempo do corpo jurídico do banco e que o COIN faz em poucos segundos. Outro exemplo é a área de diagnóstico médico, a IBM e a Universidade de Columbia elaboraram técnicas de Machine Learning capazes de diagnosticar psicoses, inclusive esquizofrenia, com base em padrões de fala de pacientes e imagens de ressonância magnética, com uma taxa de acerto mais elevada que a dos médicos.
Em adição, os robôs não só estão realizando as nossas atividades com mais eficiência e eficácia como também estão viabilizando novas atividades. Um exemplo é a fusão nuclear, que envolve processos não lineares de difícil cálculo, com alto risco de danificar equipamentos caríssimos. Entretanto, a inteligência artificial tem grande potencial de viabilizar essa forma de geração energética.
Que fique claro que não estou sendo original. Bilionários do Vale do Silício, como Peter Thiel , estão investindo em refúgios na Nova Zelândia, por exemplo, com medo de que a substituição dos empregos por IA seja tão rápida que cause uma revolta social.
Enfim, alguém terá que ajudar a aprofundar, regular e manter esse corpo de Inteligência Artificial que está sendo desenvolvido e que tem tudo para tomar conta das nossas atividades diárias. Assim, se aprender a programar, posso ter uma profissão quando a minha for substituída por um robô mais eficiente, mais eficaz e mais palatável que os economistas.
Wednesday, November 9, 2016
Trumpocalipse
Medidas previsíveis e que devem concorrer para o cenário 'Trumpocalipse total':
1. Ambiental
a. Desconstrução do acordo de Paris.
b. Reversão das medidas administrativas para conter a emissão de CO2 por meio da geração de energia elétrica a partir da queima de carvão.
c. Redução da eficiência mínima exigida para motores de veículos automotivos.
d. Redução dos incentivos a fontes alternativas de energia como a solar e a eólica.
e. Hostilidade em relação a qualquer iniciativa que vise mitigar as mudanças climáticas em curso.
2. Geopolítica
a. Alinhamento com a Rússia, com severas repercussões para a Síria e todo o equilíbrio de forças no Oriente Médio e na Europa.
b. Desestabilização da OTAN, o que também afetará o equilíbrio geopolítico da Europa e pode engendrar uma recomposição dos estoques nucleares e orçamentos militares maiores.
c. Escalada do orçamento militar, com maior presença das tropas principalmente no Oriente Médio.
d. Eventual desfecho nuclear.
3. Política pública e econômica.
a. Desconstrução do Obamacare.
b. Movimentação para desconstruir todos os mecanismos do aparato de seguriade social.
c. Enfraquecimento da independência do FED.
d. Redução da tributação do estrato mais rico da população, com elevação do deficit e do endividamento publico.
Tuesday, May 17, 2016
Pedaladas fiscais sem sensacionalismo: desnudando a narrativa do processo de impeachment
3) Todos os dados já em R$ de abril/2016, vamos dividir as pedaladas pela receita média dos 12 meses anteriores. Assim, temos que a pedalada campeã de Dilma (jul/2014) é 4,7 vezes maior que a de Lula e 5,9 vezes maior que a de FHC. Claro, ainda é evidente que a Dilma pisou fundo no acelerador, mas nada sensacional, certo? Dessa forma, também fica evidente que Dilma, Lula e FHC fizeram uso análogo do mesmo expediente, o que enfraquece bastante a narrativa do impeachment.
Eis o quadro comparativo:
É óbvio que é possível argumentar que a frequência das pedaladas foi muito maior no Governo Dilma. Contudo, se não for aplicado o mesmo critério para todos os Presidentes, quem decide onde fica a linha que separa a mera gestão de caixa do Crime de Responsabilidade? A conjuntura política deve arbitrar isso?