Talvez seja cedo para concluir, mas a ascensão de Donald Trump nas primárias republicanas parece ser um sintoma do fim do sonho americano.
A atual concentração de renda lembra a Gilded Age, a mobilidade social é tímida e as oportunidades mais escassas têm cobrado um pedágio sobre a saúde emocional do americano médio - para quem foi vendido um sonho pelo qual ele não pode mais pagar -, o que já se traduz em um aumento da mortalidade, algo pouco usual entre países desenvolvidos.
Não está claro o que se pode inferir a partir deles, mas os fatos são os seguintes:
1. A desigualdade social se elevou nos EUA entre 1979 e 2010 (Krueger, 2012).
2. Como resultado, a renda média caiu no sec. XXI e o nível desigualdade retoma os patamares da Gilded Age (Krueger, 2012).
3. Sociedades mais desiguais tendem a ter menor mobilidade social (elasticidade de renda entre gerações x índice de Gini, Corak -JEP 2013-).
4. A partir da década de 90, a mortalidade entre brancos não hispânicos de meia idade (45-54 anos) se elevou acentuadamente (Case & Deaton, 2015).
5. A elevação da mortalidade se deu entre aqueles sem diploma de ensino superior, cujas oportunidades de trabalho são menos amplas (Case & Deaton, 2015).
6. Ao esmiuçar as causas das mortes, observa-se o crescimento do envenenamento (inclui overdose de drogas lícitas e ilícitas), do suicídio e dos problemas hepáticos (associados ao abuso do álcool).
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