Apesar do desabafo enraivecido do brilhante guitarrista, a tributação progressiva da renda - cujo objetivo é financiar os gastos do governo, predominantemente, por meio de elevadas taxas sobre o rendimento dos mais ricos - favorece uma distribuição mais equitativa da renda, sem maiores prejuízos para o crescimento econômico, conforme abundante evidência empírica.
Piketty, Saez e Stantcheva (2011) mostra que taxas mais elevadas sobre as faixas de renda mais altas estão associadas a menor concentração de renda. Tomando o Reino Unido como exemplo, na década de 60, a taxa marginal máxima beirava os 90% e o percentil mais rico da população auferia algo em torno de 9% da renda nacional. Contudo, na década de 2000, enquanto a taxa teto do imposto de renda bordejava os 40%, o 1% mais rico da país se apropriava de quase 15% da totalidade dos rendimentos, uma lamentável tendência iniciada na era Tatcher. (ver figuras A e B abaixo).
Em resumo, o contexto da música Taxman, do álbum Revolver, e o histórico subsequente são um bom ponto de partida para se pensar a reforma tributária.


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