Friday, January 23, 2015

Transplante de fezes: pílulas de cocô alheio, para tratar colite, vai um cocoflex?


Em um microbioma intestinal saudável, há um equilíbrio entre os microrganismos que o integram, que contribuí para a digestão de carboidratos complexos - componentes de grãos e vegetais, por exemplo -, aos quais as nossas enzimas não são capazes de fazer frente. Aliás, é essa fermentação bacteriana que explica as nossas flatulências, ou simplesmente peidos.

Contudo, fatores de natureza alimentar ou psicossomática podem desequilibrar esse microbioma, de modo que uma facção perniciosa predomine. É o caso da colite, infecção do cólon - por exemplo - pela bactéria  'clostridium difficile', que pode causar terríveis diarreias e até levar à morte do corpo.

Uma solução - crescentemente defendida na literatura e testes clínicos - é o transplante de fezes. Nem todos sabem, mas cerca de 50% a 80% do volume fecal é constituído de bactérias, vivas e mortas. Assim, a ideia seria coletar as evacuações de uma pessoa saudável - dotada de bioma intestinal equilibrado -, consubstanciá-las na forma de pílulas e ministrá-las ao afligido pela colite. Isso restabeleceria uma composição saudável ao microbioma intestinal e resolveria o problema. Já há resultados surpreendentemente favoráveis, testes clínicos apontam interrupção de diarreia decorrente de colite em 90% dos pacientes e médicos já aplicaram o mesmo conceito em casos práticos, de modo bem-sucedido.

De início, imagino que a chegada de um medicamento com tal composição às farmácias não seja muito bem recebida. Entretanto, um nome comercial maneiro - diferente da chacota em epígrafe - e a verificação da efetividade do medicamento podem propiciar um curso de aceitação mais pacífico.

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