The economist desenterra a "Lei de Say"

Grosso modo, a "Lei de Say" afirma que a oferta cria a sua própria demanda. Eventos reveladores como as crises de 1873, 1896, 1929, ..., e 2008  mostraram que tal "lei" não se verifica frente a um problema de demanda efetiva, ou armadilha de liquidez, exatamente o que vive hoje a Europa e os EUA.

Com famílias altamente endividadas e muitas com seus provedores desempregados, o consumo dá vez a um longo e doloroso processo de desalavancagem. Como resultado, temos que, mesmo diante de taxas de juros reais ao redor de zero, as empresas não investem e não contratam.

Solução do The Economist para, supostamente, amenizar o problema: reduzir o número de feriados remunerados. Só há um porém, isso elevaria a produção, sem elevar a remuneração e, portanto, sem estimular a demanda pelos bens e serviços produzidos, apenas aumentando os estoques.

Vislumbro, por ora, apenas uma resposta para essa sugestão esdrúxula: o The Economist não acredita que há um problema de demanda efetiva, vive num mundo em que a "Lei de Say" é lei.


Fonte: The Economist - Vamos a la playa